Processo interno do partido acusa político de quebrar ética por "tentar incriminar Lula"
Processo interno do partido acusa político de quebrar ética por "tentar incriminar Lula" | Foto: Antonio Cruz / ABr / CP Memória
A executiva municipal do PT de Ribeirão Preto decidiu nesta segunda-feira, por unanimidade, enviar o caso do ex-ministro e ex-prefeito da cidade Antonio Palocci para a comissão de ética do partido. Na prática, o PT de Ribeirão
deu início ao processo de expulsão do ex-ministro. A Comissão de Ética da legenda tem um prazo de 60 dias, prorrogavéis por mais 30, para apresentar um relatório.
O político é acusado de quebrar a ética partidária ao dizer em depoimento ao juiz Sérgio Moro que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmou um "pacto de sangue" com o empreiteiro Emílio Odebrecht e teria recebido benefícios pessoais da empresa, Palocci disse também que chegou a entregar maços de dinheiro vivo a Lula. "O motivo são as acusações inverídicas que ele fez tentando incriminar o ex-presidente Lula", disse o presidente do diretório municipal do PT de Ribeirão, Fernando Tremura.
Segundo ele, o partido não vai investigar as acusações de corrupção das quais Palocci é alvo. "Não vamos entrar neste mérito. As acusações de corrupção vão ser investigadas pela Justiça federal", explicou o dirigente. Tremura negou que o PT de Ribeirão estivesse evitando abrir o processo contra sua principal liderança. "Não é que o PT não queria investigar, é que até agora ninguém tinha feito uma denúncia", afirmou.
O responsável pela iniciativa é Luiz Fernando da Silva, integrante da executiva municipal. Agora Palocci será notificado sobre a abertura do processo e terá um prazo para apresentar sua defesa. Dentro de no máximo três meses a comissão de ética apresenta um relatório com o resultado das investigações e sugestões de penalidades a serem aplicadas, se for o caso. O relatório é votado pelo Diretório Municipal, a quem cabe a última palavra.
A mãe de Palocci, dona Toninha de Castro, de 82 anos, é suplente no Diretório Municipal e militante ativa do partido. Segundo Tremura, ela costumava participar de todas as reuniões e votava quando algum integrante titular faltava à reunião. "Agora ela anda meio afastada. Dá para entender, ela é mãe", disse o presidente do PT de Ribeirão. Na direção nacional a expectativa é que Palocci tome a iniciativa de pedir a desfiliação.
Estadão Conteúdo e Correio do Povo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário